sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Termoquímica


1. Calor de Reação

Na termoquímica são tratados os efeitos térmicos que acompanham as reações químicas. Quanto à energia calorífica envolvida nas reações químicas, as mesmas classificam-se em exotérmicas e endotérmicas, conforme se processam com liberação ou absorção de calor, respectivamente.

A quantidade de calor liberada ou absorvida em uma reação química em uma reação química é associada às quantidades molares de reagentes e produtos da reação, expressas mediante os respectivos coeficientes estequiométricos, denomina-se calor de reação.


O calor de reação, determinado experimentalmente por meio de calorímetro, depende dos seguintes fatores: quantidade de reagentes ou produtos da reação, estado físico ou variedades alotrópicas dos mesmos numa determinada pressão e temperatura. 

Exemplos:

a) Equação termoquímica de uma reação exotérmica:

REAGENTES à  PRODUTOS + CALOR DE REAÇÃO

(p = 1 atm; T=298 ºK)

b) Equação termoquímica de uma reação endotérmica:

REAGENTES + CALOR DE REAÇÃO à  PRODUTOS

(p = 1 atm; T=298 ºK) 






2. Variação de ENTALPIA

A variação de entalpia ΔH de uma reação química é igual ao calor de reação à pressão constante Qp da mesma: ΔH = Qp, ou seja, ΔH representa a diferença (H2 – H1) entre o conteúdo de energia H2 dos produtos e o conteúdo de energia H1 dos reagentes, em uma reação química realizada sob pressão constante.

           
a)     REAÇÕES EXOTÉRMICAS:  H2 < H1 e  ΔH < 0

b)     REAÇÕES ENDOTÉRMICAS:  H2 > H1 e  ΔH > 0




















Exemplo de reação exotérmica (p=1 atm, T=298 ºK)


Exemplo de reação endotérmica (p=1 atm, T=298 ºK)





3. Calor de Formação

            O calor de formação de um composto químico é igual à variação de entalpia da reação de formação de 1 mol deste composto a partir de seus constituintes elementares.

            ATENÇÃO: “Constituinte elementar” = formação alotrópica mais estável (menos energética) de um elemento químico; por convenção, a entalpia (conteúdo energético) dos constituintes elementares, a 1 atm de pressão e 25º Celsius de temperatura, é igual a ZERO!

Exemplos de constituintes elementares:





Exemplos de CALOR DE FORMAÇÃO (p=1 atm, ө=25ºC)

Portanto, o calor de formação do gás clorídrico é:









Portanto, o calor de formação do gás iodídrico é:










CALOR DE FORMAÇÃO VERSUS ESTADO FÍSICO.


Portanto,

O calor de formação da água no estado líquido =  – 68,3 kcal/mol

O calor de formação da água no estado gasoso =  – 57,8 kcal/mol



4. CALOR DE COMBUSTÃO

O calor de combustão de uma substância é igual à variação de entalpia da reação de combustão completa de 1 mol desta substância.


Exemplos de calores de combustão (p=1 atm; θ=25 ºC):

Portanto, o calor de combustão do monóxido de carbono é: 









Portanto, o calor de combustão sulfeto de carbono é:









CALOR DE COMBUSTÃO VERSUS ESTADO FÍSICO.


Portanto,
O elemento químico carbono,
a) forma alotrópica mais estável: grafite
b) forma alotrópica mais energética: diamante





5. LEI DE HESS

            A quantidade de calor liberada ou absorvida em uma reação química, sob determinadas condições experimentais, depende exclusivamente dos estados inicial e final da reação, seja a mesma executada em uma única etapa ou realizada em várias etapas sucessivas. 

            Ilustração da LEI de HESS:


APLICAÇÃO PRÁTICA DA LEI DE HESS:
(determinação indireta de calores de formação)


Portanto, o calor de formação da água oxigenada (peróxido de hidrogênio) é:



Do princípio dos estados inicial e final (HESS) decorre:

(1º-) A quantidade de calor liberada ou absorvida em uma reação química é igual à diferença entre a somatória dos calores de formação dos produtos da reação (multiplicados pelos correspondentes números de moles produzidos) e a somatória dos calores de formação dos reagentes (multiplicados pelos correspondentes números de moles consumidos).

(2º-) Em uma reação reversível a quantidade de calor liberada ou absorvida na reação direta é igual à quantidade de calor absorvida ou liberada na reação inversa.

Exemplo:




6. CALOR DE NEUTRALIZAÇÃO

O calor de neutralização é igual à variação de entalpia da reação entre 1 equivalente-grama de um ácido em solução aquosa diluída e 1 equivalente-grama de uma base em solução aquosa diluída.
A experimentação revela que o calor de neutralização da reação entre um ácido forte e uma base forte é praticamente constante:


Justificação:



Exemplo:

Suprimindo os “íons espectadores”, tem-se:




7. ENERGIA DE LIGAÇÃO E ENERGIA DE DISSOCIAÇÃO

            Entende-se por energia de ligação à energia liberada no estabelecimento de 1 mol de enlaces covalentes (simples, ou múltiplas) entre átomos no estado gasoso.

            Entende-se por energia de dissociação à energia absorvida na ruptura de 1 mol de enlaces covalentes (simples, ou múltiplas) entre átomos no estado gasoso.






8. ENTROPIA

A entropia é a grandeza que mede o grau de desordem das moléculas, átomos ou íons constituintes de uma substância.  Quanto maior é a entropia de uma substância, maior é a desordem das suas partículas constituintes.
Todas as substâncias apresentam, no zero absoluto de temperatura, a máxima organização das suas partículas constituintes. Daí o seguinte PRINCÍPIO DA ENTROPIA: “no zero absoluto de temperatura a entropia de qualquer substância é nula”.






9. CRITÉRIO DE ESPONTANEIDADE

            Sendo ∆H, ∆S e T*∆S respectivamente a variação de entalpia, a variação de entropia e a variação da energia de organização referente a um processo realizado sob pressão e temperatura constantes, então:  




10. VARIAÇÃO DA ENERGIA LIVRE (GIBBS)

Em uma reação química sob pressão e temperatura constantes a variação da energia livre (∆G) é igual à diferença entre a variação da entalpia (∆H) e a variação da energia de organização (T∙∆S).
a)     ∆S < 0, reação espontânea.
b)     ∆S > 0, reação não espontânea (é espontânea a reação inversa).
c)      ∆S = 0, estado de equilíbrio químico



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